Monday, February 20, 2006

Livre

Livre
Te quero
Cabelo desarrumado e pés descalços
Sem medo de ser o que antes era

Livre
Te quero
Da ambição que suja tuas mãos
E de todas as regras que tu não mais transgride

Livre
Te quero
Para que sinta o vento beijar teu rosto boêmio
Durante toda a madrugada

Livre
Te quero
Pois és uma estrela enganada
Brilhando no céu errado

Livre
Te quero
As algemas de rosas irão cair
Tua insignificância para o mundo há de terminar

Livre
Te quero
Para vê-lo perdido entre as nuvens
Então poderei te alcançar mais uma vez

Livre
Te quero
De quem te afasta da origem
E rouba o filho,o irmão e o amigo dos que sentem tua falta

Livre
Te quero
Para vê-lo partindo da prisão
Deixando lágrimas ácidas nos olhos dos cárceres

Livre
Te quero
Para reconhecer a mudança que desconheço
E saber se posso ter amor ao que tu és hoje.

Wednesday, February 15, 2006

Secreto

Um sonho tido como secreto
Na escuridão daquele olhar vago
Que espera sem saber da espera
É segredo até para si mesmo...

Esquecer e amaldiçoar o que passou
Tão fácil como espantar pássaros que fogem
Para um horizonte que se distorce a todo momento

Observando o relevo da realidade sobre o mesmo chão
Estátuas de pedra ganham vida
Através da amarga e intragável aceitação

O sonho brota como água na fonte seca pelo tempo
Fazendo-a transbordar com um violento impulso
Querer ver tudo que é real desmoronar diante de seu olhos

As estátuas perdem a vida quando se vai embora
A água seca mais uma vez
A realidade é aceita

O sonho parece ter se desfeito
Mas é ainda uma gota d'água
Que transbordará na fonte de tempos em tempos.

Sunday, February 12, 2006

Juntos

Uma coisinha velha e melosa(mel embolorado agora hehe) escrita há quase 3 anos atrás...

Seu olhar,um mar de desejo
Um céu de segredo
Lábios vermelhos,doces anseios
Calores e frios,lascivos beijos.

A palma de sua mão
Áspera,quente,esvazia minha mente
Voz de anjo,hálito do céu...

Palavras balbuciadas
Olhos lacrimosos e faces ruborizadas
Sensação inconveniente de remorso
Nossas almas foram impacientes...

Envolvido em meus cabelos
Seu doce e cálido sorriso
Olhos brilhantes e sôfregos

Peitos arfantes...
Dois navegantes de uma constelação
Perdidos em olhares, um momento eterno
Pertencia a nós todo o universo.

Thursday, February 09, 2006

A Rosa


Rosa rubra incandescente...
Vai caindo das alturas
E encontra na fonte
A água fresca que apaga a culpa
Presa em sua mácula

O céu púrpuro traz as marcas
Estrelas enfermas e cadentes
Perdendo toda a luz que tiveram
Em noites ermas e quentes

A rosa flutua sem rumo na fonte
Sonhando em ser levada pelo vento
Ao verde oceano da cura
Onde terá de volta sua beleza.

Wednesday, February 08, 2006

...

Ahhh!!Depois de 5 posts finalmente um comentário!Fiquei muito feliz,agradeço ao Fabiano!Que bom que ele gostou da poesia.Bom,por enquanto tô vendo bem a próxima que vou postar..acho que vai demorar um pouquinho,mas logo logo vai tá aqui,ok? abraços! ;} :)

Sunday, February 05, 2006

Anonimato

A madrugada abre a porta do confessionário
O silêncio não aceita minha recusa
Quando eu lembro do tempo que hoje não é
Enfraqueço e caio de joelhos sobre a lápide vazia
Não deixei que sepultassem a melhor parte
De uma breve história que não chegou a ser por todos lida
Guardo em um quarto fechado as palavras
Que descreveram as nossas noites e dias

No alto do morro rezam os crentes
Com toda a fé que não tenho
Gemidos,murmúrios que desejam e acreditam
Minha boca entreaberta admirando o monumento
Da impotência que semeia a velha lágrima

Cães latem,estrelas caem e outros apenas dormem
E eu penso o que teria acontecido
Se eu não tivesse sido anônima todo esse tempo
Se eu não tivesse virado as costas de repente
E tivesse segurado você com um abraço
Entre toda aquela gente...

Saturday, February 04, 2006

Limpeza

"Quando eu vir o azul do céu derreter sobre minha cabeça
Quando sentir o sol que está do outro lado enfraquecer
Quando as palavras se quebrarem para sempre
E tudo estiver limpo com a água da chuva morna novamente
Até mesmo as mentiras justificadas pelos seus eternos erros
Rirei até que as paredes da masmorra desmoronem sobre você."

Friday, February 03, 2006

Substância

Incolor e suave
O líquido secreto
Veneno ou remédio
Fumegante confeito
E forma a matéria
Contém os quatro elementos

Cabelo escuro sem viço
Universo ligado pelos fios
Pele branca cobre o túnel
A desordem do vício
De um mistério insolúvel

No áspero da substância
Encontro as moléculas do macio
Lento contato e rápida distância
Penetra nas primeiras veias
O líquido é a alma
Diluída nos experimentos

Imunda,dolorida,ardente
Encontra o glacê vermelho
E o violento pulsar
Substância simples,pura
Vem,vai,fica
E o sabor continua.

Thursday, February 02, 2006

Início........

Um ótimo espaço pra pôr minhas poesias...Finalmente elas vão sair dos cadernos e serem lidas.E será que isso é bom?Muitos podem achar que o que eu escrevo é lixo,outros não..e talvez ninguém leia mesmo!Ou algum cara de alguma editora famosa vai entrar e ler e...tá,carolina..ñ viaja.Isso aqui é só um espaço pras coisas psicodélicas e toscas que eu escrevo.Nem eu gosto às vezes.Eu escrevo o que eu sinto,tudo que me irrita,que eu amo enfim...isso aqui vai servir pra desabafar.Espero que seja útil,pra mim,e pra quem leia...hehe.Os versos foram feitos para serem sentidos,assim como eu os senti quando escrevi.Então..espero que gostem. ;D
O título do blog é por causa da música Something I can never had' do Nine Inch Nails.Ela diz muito pra mim...agora não tanto quanto antes,mas alguma coisa ainda diz.eu quero alguma coisa...sim.mas nem sei o que...tá.eu viajo,eu sei!

Em frente a um espelho
Duplicada em duas dimensões
Separam-se o plasma e o sangue
Velha cruz sobre a espada destruída
Caminho roubado,trilha cedida
São as falhas,uma vitória
E os acertos a derrota
É a virgem uma prostituta
O poeta um terrorista
E o músico um ditador
Porcos podem ser pássaros
Os enganos parecem ter algum sentido
Dois caminhos opostos
De uma mesma estrada
Talvez a luz se encontre na escuridão
Então somos vítimas da perfeição
Traçada com lágrimas de fogo
Elas ensinam durante toda a vida
Que nada pode ser único.
Não há verdade sem mentira
Nem uma só resposta.