Sunday, August 27, 2006

Minha Corda


Sinta nas mãos
Aquilo que o faz permanecer vivo
Segurando uma corda
Que está por um fio
Se ela arrebentar
Seu corpo vai cair e cair
Até os olhos se fecharem
Para nunca mais poderem ver
A luz,que passará a ter uma face desconhecida.

Escalei o mais alto que pude
E não soube voltar sem o perigo
A corda me segura,mas sinto minha mente
Enfraquecê-la com um delírio pulsante:
Triste,adorável,humor de vidro.

Por um fio,minha paz
A ausência da dor,a poeira do vazio
Por um fio,a espera cega e confortável
Meus momentos sem a doçura
Das violentas invasões
Por um fio...
Não me permito cair,não me deixo morrer
E tento,débilmente,sendo lograda sempre
Puxar a minha própria corda
Para cima.

Wednesday, August 09, 2006

Descoberta


O dia em que descobri a verdade
Sobre as pessoas
Passei a questionar o que eu sou
Ou se realmente sou
Um "eu" que pertence a toda essa vergonha

Levada a desacreditar,duvidar
Humilhada para aprender
Estou me vendo com os olhos dos outros...

Como um produto passo de mão em mão
E de cada uma delas
Vou recebendo rótulos
Até ser convencida do quão boa ou ruim
Eu sou

As pessoas...Ah,as pessoas!
Seres tão estranhos que não me reconheço
Como sendo mais uma delas...
De tanto ser julgada,aprendi a julgar
Por ser odiada,passei a odiar
Ao ser estranhada,comecei a estranhar...

Elas se decompõem
A cada palavra,pensamento ou ato perverso
E passam a contaminar os desentendidos
Eternos fugitivos,que por dentro secam
Sob a luz amarga da realidade.

No dia em que eu conheci a verdade sobre as pessoas
Desejei ter nascido menos,pois sendo menos
Eu seria mais,um animal é mais
Do que uma pessoa deste lugar.