Sunday, July 01, 2007

Dark Cinderela


Era uma vez,a última vez,o fim
E o princípio da história
A dolorosa escadaria
Um longo tapete vermelho sangue
Colorido pelos olhos drenados
Obra do cajado do alvorecer
As lágrimas mergulharam
Nas poças de chuva
Usando um vestido violeta trágico
Fora reconhecida como sempre desejara:
Amaldiçoada.

Não perdera o sapato
Mas perdera o estigma
De possuir uma alma
Duas bocas unidas
Chave e fechadura
Porta aberta para fugir

O corpo em agonia
Liberdade prometida pela tortura
Ela expeliu o que havia
Sentimentos transformados
Em adornos de vidro
Para serem vendidos.

Era uma noite vermelha
Quando ela curou-se
Nua e transparente como gelo
Com um toque febril
Na língua mil rosas
Esperando para serem regadas
Pela saliva alcoólica da luxúria

Vestindo um corpete de cetim negro
Sorve beijos em fontes
Fadadas a desaparecerem
O clímax das luzes
Concedem-na o título de hedonista
Adquiriu também o delicioso vício
Da não-profundidade

Ela quer ser reconhecida pela graça
Das rosas podres e perfumadas
Se existir um coração
Que ele esteja vazio
Mas que a taça esteja sempre
Cheia para brindar o prazer
Embriaga-se nas carícias
De mãos ternamente animalescas
Permitindo que lhe roubem o calor
Para que continue admiravelmente fria.