Sunday, May 27, 2007

...

Dessa vez eu não sei que título pôr... :x


Levada pelo silêncio das ruas
Sob o gigante lustre da noite
Luzes que iluminam escurecendo
Ela quer se tornar um canto vago
Sem braços para ser um abrigo
Porém será chão e paredes
Sustentando o corpo preso a uma dimensão
Que a alma já não reconhece mais

As perguntas mudaram enquanto os cães latiam
E em cada medo as respostas permaneceram as mesmas
Ignorando qualquer correção das esperanças
Que visitam becos perigosos para acalmar
Até o momento em que a capa verde-escura cai
Revelando a cadavérica figura a sorrir

Se o sangue corresse no concreto
Mãos seriam amarradas por veias azuis
Ele preferiria pérolas enfiadas em um cordão pulsante
Para enfeitar a beleza com um pouco de morte

E o vento embrenhou-se no aposento
Onde as luzes estão todas queimadas
Folhas golpeiam os pés descalços
Como os olhares através da redoma
E as vozes de um sofrimento distante
Tão conhecido como se fosse o seu

Não sendo um abrigo com braços
Ou paredes que amparam ferindo
Alegorias se desmancham na mudez
Ela aprendeu uma língua sem significados
Não há ninguém procurando um canto
Preparado para velar a demência
Que como uma máscara se ajusta às feições
De um belo rosto inutilmente por todos amado.