Tuesday, January 09, 2007

Violet Mist

Tudo parecia tão claro
Mas ainda havia
Resquícios das estrelas negras
Ao redor da montanha nebulosa
Sobre minha cabeça
Nada no horizonte
Nenhum sonho despontou
Naquele céu violeta
Tão belo quanto estéril

No meio da mais profunda
Ausência incolor
Que sempre existe no meio da rua
Vi surgir minha crença desacreditada
E do modo como brilhou
Também se apagou
Um estranho sussuro
Que pôde ser ouvido
Melhor do que qualquer grito.

Voltaria a admirar o impossível
Tão inerte quanto ardente?
Continuando o ir e vir
Até vê-lo desbrilhar do céu
Inacreditavelmente adormecido
Pelas escolhas que o afastaram

Agora,não menos que agora
Onde tudo acaba e tudo recomeça
Entre farrapos,dúvidas e o gelo
Queimando os botões de rosa
Encontro,acho,por querer sem crer
Luz líquida derretendo a neve
Uma gota vermelha sobre meus lábios:
Sorriso que se aperta e se encolhe
Em seu lençol de medo e volúpia.