Wednesday, December 05, 2007

Escudo contra orquídeas

As notas daquela música
Deixaram de verter sangue doce
Em meus ouvidos
Não há mais sentido
No que construí
Pensando no sabor do vinho antigo

Insuportável enxergar assim
Tão bem para descobrir
Que antes estava
Cega de certezas

Palavras vagas são vaporosas
Sejam mentiras ou verdades
Sendo vazias, são falsas
Não provoque sorrisos
Se tiver nojo das lágrimas

Não permito abraços
Feitos de silenciosos sustos
Beijo os lábios do meu punhal vivo
E os sinos da igreja badalam
Não entendo - sou suicida

Vejo o sol através da cortina dos cabelos
Ouço o vento, o medo balançando os bambus
E vou morrendo só por essa tarde
Adivinhando o não e rejeitando o sim
Não permito que chegue mais perto

Vá e encontre o mar
Pois sou apenas como esse lago
Embelezando a tristeza
Em momentos finitos.