Friday, March 09, 2007

Da noite ao dia,do negro ao vermelho

É como a noite
Quando eu esqueço
Meus olhos não ardem
Apenas descansam
Sentindo o vento suave
Esfriando as feridas

É como a noite
Não se pode enxergar
Parece não existir
Então se pode ver
Estrelas para descobrir
Há muito que andar

É como a noite
Não há luz para queimar
Os olhos enganados
Pela escuridão
A única que rouba para si
O que tentamos negar

É como o dia
Que abre as cortinas
Lembranças pelos ares
As pessoas quebram
O silêncio construído
Com a força dos estigmas

É como o dia
O sol consumindo
Derretendo a neve
Revelando a vergonha
Que tentamos esconder
Enquanto o suor escorre

A noite interna se desfaz
Quando o dia vem assombrar
Se as rosas negras
Tornarem-se vermelhas
Secarei as lágrimas
Para que haja volta
Para que eu ainda me sinta nova
Apesar de dez anos mais velha.